Pesquisa: Josianne Diniz
Roteiro: Josianne Diniz
Produção: Josianne Diniz
Edição: Josianne Diniz
Orientação: Elton Bruno Pinheiro
Disciplina: Roteiro, Produção e Realização em Áudio

 

Trilha sonora: Álbum A Mulher do Fim do Mundo, de Elza Soares e o Programa Extraclasse Mulher e Arte feito pelo Sindicato dos Professores de Minas Gerais

 

 

(Ilustração: Érica Anne dos Santos Oliveira)

 

Camila Machado

 

Desenhista de som e técnica de som, formada em Comunicação Social – Cinema pela Universidade de Brasília e especialista em Som pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de Sán Antonio de los Baños – Cuba. Desde 2009, trabalha como facilitadora em oficinas de audiovisual em comunidades indígenas, pelo Vídeo nas Aldeias, e rurais, por diversos movimentos que compõem a Via Campesina.

 

 

O Projeto

 

O Sonário do Sertão surge após o trabalho que Camila Machado desenvolveu nos últimos anos com oficinas de audiovisual em assentamentos, acampamentos e pequenas propriedades vinculadas à Via Campesina. Durante a realização dessas oficinas se deparou com maneiras muito diversas de escuta e produção de sons. A semente do projeto surgiu em diversas situações de oficinas nas quais a experiência sonora chamava a atenção e mostrava sua força.

 

O Sonário do Sertão é um acervo de sons gravados pelo interior do país em três territórios do Nordeste brasileiro onde camponeses e camponesas se articulam em movimentos do campo, especificamente o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). As três comunidades que participam do projeto são Várzea Nova (Jacobina, Bahia), Várzea Queimada (Caém, Bahia) e Bodocó (Pernambuco), todas três no semiárido brasileiro.

 

O projeto Biblioteca de Sons do Sertão foi realizado em três etapas. Num primeiro momento, a realizadora de audiovisual e desenhista de som Camila Machado ministrou oficinas de captação de áudio para crianças e adolescentes da região. Posteriormente, os sons captados foram trabalhados em uma oficina de edição de som e foram criadas instalações artísticas que envolveram toda a comunidade. Por fim, houve uma residência artístico-sonora, inspirada pela pesquisa de sons durante os outros momentos, onde a colheita de sons terminou de ser feita. Este site é a etapa final e o resultado desse processo chamado de Sonário do Sertão.

 

Para conhecer mais sobre Camila Machado e o projeto Sonário do Sertão, acesse:

 

http://sonariodosertao.com/

 

 

Artista Criola, mulher negra, grafiteira e exemplo de empoderamento (Imagem: Athos Souza/ Graff Films)

 

Mulher e Arte

 

Muitas artistas se empenharam na crítica da representação dos corpos, discutiram a ausência de mulheres na História da Arte, questionaram as instituições e o cânones artísticos e desconstruíram o imaginário de uma cultura patriarcal e machista. Ao questionar se as mulheres precisam estar nuas para entrar nos museus um potencial subversivo surge na arte feminista.

 

Ícone feminista, Frida Kahlo é talvez a mais conhecida pintora do mundo, mas sobre outras centenas de milhares de artistas, o esquecimento foi quase regra. É necessário resgatar e historicizar mulheres artistas e suas produções. É necessário não apenas propiciar (re)conhecimento e visibilidade a essas mulheres, mas também criticar as instituições e categorias que as colocaram historicamente em uma posição de submissão e opressão. Uma curadoria feminista não é uma curadoria que contemple apenas mulheres artistas. É uma curadoria que mostra as diferenças dessa produção e como essas mulheres estão discutindo a identidade feminina, como estão propondo novas configurações subjetivas na atualidade, como estão efetivamente transformando a cultura. Várias artistas têm incorporado questões feministas ou questões de gênero em suas obras e existe um movimento para pensar em gênero dentro da produção artística, pois é preciso compreender que as mulheres não produziram da mesma forma que os homens, não tiveram as mesmas oportunidades, não aprenderam a enxergar o mundo da mesma forma. Apesar do mundo da arte estar em constante transformação essa é uma questão que precisa ser debatida, pois é muito pouco apresentada e discutida ainda nos dias atuais.

 

Assista aqui o Programa Extra-classe – Mulher e Arte, realizado pelo Sindicato dos Professores de Minas Gerais: